Júri entendeu que acusado matou por motivo torpe, além de ter dificultado a defesa das vítimas. Defesa informou que vai recorrer da decisão. Zelma de Oliveira, João Batista de Oliveira e Reginaldo Lima foram vítimas de um comerciante que cometeu triplo homicídio por vingança em São Carlos
Reprodução
O comerciante Raimundo Notato Martins, de 55 anos, foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por triplo homicídio qualificado, após 14 horas de julgamento, em São Carlos (SP), na quinta-feira (30).
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A sentença foi dada pelo juiz Antonio Benedito Morello, após os sete jurados decidir que o réu era culpado. O júri entendeu que o Martins matou por motivo torpe, além de ter dificultado a defesa das vítimas. O advogado de defesa, Roquelaine Batista dos Santos, informou que vai recorrer da decisão.
Martins matou a empresária Zelma de Oliveira, de 73 anos, o ex-marido dela João Batista de Oliveira, de 77 e do motorista Reginaldo Lima, de 44 anos, em 28 de agosto de 2022.
Homem que matou três pessoas por vingança em São Carlos é condenado a 30 anos de prisão
Ele confessou o crime à polícia e disse que foi motivado por vingança porque a empresária entrou na Justiça para cobrar uma dívida que ele tinha de aluguéis atrasados e pedir a desocupação do imóvel onde funcionava o seu restaurante.
As vítimas foram assassinadas com tiros na cabeça. Segundo a polícia, ele matou primeiro João Batista de Oliveira em uma casa no centro de São Carlos, em seguida ele seguiu para a casa de Zelma e, como ela não estava, a esperou chegar e a matou junto com o motorista que a acompanhava.
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O julgamento
Comerciante Raimundo Notato Martins, de 55 anos, é julgado por triplo homicídio em São Carlos
Reprodução EPTV
O julgamento começou por volta das 9h30, após o réu chegar do presídio de Araraquara e terminou às 23h30.
Doze testemunhas foram arroladas, cinco prestaram depoimento durante a manhã: um policial que atendeu a ocorrência, o filho e a nora de João Batista de Oliveira, um empresário que tinha negócios com Zelma e acompanhou as negociações entre a empresária e o comerciante, e uma funcionária de um salão que ela frequentava.
No período da tarde, foram ouvidos o restante das testemunhas, o réu, o advogado de defesa e o procurador que faz a acusação.
A defesa argumentou que Martins agiu sob violenta emoção e que ele tinha depressão.
Martins assumiu os assassinatos e pediu perdão pelos crimes. “Peço perdão. Quem passa por isso sabe o que eu estou dizendo, não é fácil passar por esse momento assim, que é tipo até uma depressão que a gente tem”, disse.
No depoimento, que durou mais de uma hora, ele alegou que a falência do restaurante que tinha há 20 anos fez com que perdesse um pouco o controle da vida e passasse a culpar as pessoas de coisas ruins que estavam acontecendo.
“No período dessa semana [do crime] eu comecei tanto me culpar quanto a culpar as pessoas, a Zelma e o João”, afirmou.
Ele ainda disse não ter nada contra o motorista, mas que acabou o acertando quando ele tentou desarmá-lo. “Acabei assustando e atirando”.
Segundo o réu, a intenção era se matar após cometer os assassinatos, mas recebeu diversas ligações da esposa e resolveu voltar pra casa, quando assumiu o crime para a mulher e os filhos, que o incentivaram a se entregar.
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