Campeão pelo FC Dallas, ex-jogador planeja trazer projeto social que criou nos EUA para Piracicaba: ‘dar a mesma oportunidade que tive’

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    Em iniciativa mantida em Dallas e que une esporte e formação acadêmica, Bruno Guarda atende 25 jovens. Intenção é realizar seleção de adolescentes da região de Piracicaba em julho para intermediar vaga em time e universidade dos Estados Unidos. Bruno treinando assessorados no projeto sediado em Dallas, nos EUA
    Arquivo pessoal
    Quantos jovens brasileiros não sonham em ser jogadores de futebol bem sucedidos? Foi com esse sonho que o piracicabano Bruno Guarda partiu do XV de Piracicaba para o estado de Dallas, nos Estados Unidos, aos 15 anos, em 2002. Lá, após os estudos e jogar no time da faculdade, em 2008 foi contratado como meio-campista do FC Dallas, pelo qual foi campeão da MLS em 2010.
    Hoje, após se aposentar como jogador, Bruno mantém um projeto social em Dallas no qual presta assessoria esportiva para 25 jovens. Iniciativa que pretende ampliar para o Brasil e trazer para Piracicaba a partir de julho deste ano.
    Bruno conta que começou a jogar futebol já com 4 anos de idade, na escolinha do Clube Atlético Piracicabano, no Algodoal. Nela, ficou ao menos cinco anos. Aos 9, deixou o clube e foi para o Rezende, onde conseguiu uma ponte para jogar no sub-15 do XV de Piracicaba, quando ia completar 14 anos. O início tão cedo no futebol é explicado pela influência de gerações anteriores na família
    “O meu vô João Guarda, o Guardinha, na década de 60 jogava com o Mazzola, o italiano famoso. Jogou no XV também. Aí vem meu pai, que teve uma passagem pequena em alguns times locais. O maior foi talvez o Guarani. Foi uma influência de casa, sim”, conta.
    Cerca de um ano depois, veio a oportunidade que Bruno diz que não poderia deixar passar. Amigo seu de infância, o atacante Paulinho começou a jogar no Santos aos 13 anos. Durante conversas para que o time profissional – que na época tinha como estrelas Robinho e Diego – fosse jogar a Dallas Cup nos EUA, o que acabou não se concretizando, Paulinho conseguiu uma transferência para os Estados Unidos, para o clube de base Dallas Texans sub-17.
    “O meu amigo que partiu primeiro, em 2001. Aí o treinador falou: ‘Tem o Batman. Cadê o Robin pra completar a dupla?'”. Bruno partiu para Dallas no ano seguinte para ser o parceiro de Paulinho, atuando no meio-campo e “fazendo a bola chegar” no ataque. A atuação pelo clube era conciliada com os estudos dos dois na The Oakridge School.
    “Eu ia fazer um teste no Santos, mas nem fui no Santos. Porque essa oportunidade do XV para Dallas acho que não ia acontecer de novo. Quando passa essa oportunidade, você precisa agarrar, né”.
    Em 2008, o meio-campista iniciaria sua trajetória na MSL, principal campeonato profissional de futebol estadunidense, onde enfrentou ídolos da modalidade, como o francês Thierry Henry, o inglês David Beckham e o mexicano Cuauhtémoc Blanco. A glória veio em 2010, quando o clube se sagrou campeão da competição.
    Bruno é marcado por David Beckham em partida pela MLS
    Arquivo pessoal
    Educação e futebol
    Após a carreira como jogador, há um ano Bruno criou a BG Sports Education e Foundation, no qual trabalha com adolescentes homens e mulheres de 14 e 18 anos que estão cursando o colegial, que no país é chamado de high school. Segundo ele, o pilar principal da iniciativa é unir esporte e educação.
    “Quando juntam os dois não tem como dar errado. Você está jogando um esporte, está tendo a educação e ali você aprende muito. Esse projeto é para passar toda a orientação para a família, porque quando eles saem da high school quero que eles entendam o tipo de oportunidades que vêm da faculdade para os que eles chamam de estudantes-atletas”.
    Em julho, a intenção em Piracicaba é realizar uma espécie de “peneira”, onde serão selecionados os jovens que devem fazer parte do projeto aqui no Brasil, também entre 14 e 18 anos. O objetivo é qualificar esses adolescentes e intermediar bolsas de estudos em faculdades dos Estados Unidos, nas quais também vão atuar pelos times universitários.
    “Além de conhecer características, posição, estudo e cada família [dos jovens interessados], eu vou pode trazer os americanos para ver já, os treinadores da faculdade. Vou trazer [para Piracicaba] de três a cinco. Os treinadores são meus amigos. […] Talvez eu faça na Vila Rezede, no campo do Atlético ou do Rezende”.
    Segundo Bruno, as primeiras conexões serão buscadas em Dallas, mas a ideia é fazer o intercâmbio para universidades de diferentes localidades do país, como Califórnia, Flórida, Nova York e Chicago.
    Bruno e Vitor no Estádio Barão da Serra Negra, casa do XV em Piracicaba, onde o ex-jogador atuou na adolescência
    Rodrigo Pereira/ g1
    Educador físico e proprietário de uma academia em Piracicaba, Vitor Valerino tem assessorado Bruno no projeto e também destaca a maior dificuldade para conseguir se destacar no Brasil antes de uma transferência para o exterior.
    “Eu percebo o quanto de jovens nessa faixa etária aqui no Brasil infelizmente não vão virar jogadores de futebol. É muito baixo o número de jogadores que obtêm sucesso. E como os Estados Unidos estão investindo dinheiro e [o país] está crescendo no futebol, aí há a oportunidade para um menino que sabe jogar bola, vai para lá e ainda ganha bolsa de estudos”.
    As inscrições para atletas ainda serão abertas e todas as informações disponibilizadas no site oficial do projeto de Bruno, que em breve deve ganhar uma versão em português.
    O ex-jogador explica que as três etapas do projeto são conhecer a família e fazer uma entrevista inicial; conhecer as habilidades do atleta no campo; e orientação dele e inserção dele na universidade e time universitário.
    “É dar a mesma oportunidade que eu tive para jovens aqui que têm esse sonho. Porque todos nós temos sonhos. E foi um sonho que eu tive e eu realizei. E agora eu posso dar essa oportunidade para outros meninos e as meninas”.
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    valipomponi

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